Olá pessoal!!!
hoje vim trazer mais uma resenha. Dessa vez o escolhido foi o livro ''O Harém de Kadafi'' da escritora Annick Cojean. O livro conta os bastidores e o dia a dia de Kadafi ( Ex ditador da Líbia que foi morto em 2011 na grande revolução do País).
Começa narrando a história de Soraya , a menina que virou escrava sexual de Kadafi ao completar 15 anos e permaneceu desta maneira até 22 anos quando ocorreu a revolução em 2011.Porém a vida dela ficaria marcada para sempre por questões de honra de família, cultura e etc. Ela jamais teve paz e a estrutura familiar ruiu. Hoje , nem a sua mãe fala com ela e seu pai guarda lembranças dolorosas do ocorrido com a filha. Mas Soraya teve culpa? Ao lermos o livro fica em mim um intenso sentimento de impotência e tristeza. O que a menina poderia ter feito diante do poderio de Muamar Kadafi? Como a família dela, os pais, poderiam defendê-la? Soraya foi a vítima, assim como inúmeras mulheres e meninas com idades de 10, 12 anos como é relatado no livro que perderam suas vidas para sempre por causa das atitudes de um homem.
hoje vim trazer mais uma resenha. Dessa vez o escolhido foi o livro ''O Harém de Kadafi'' da escritora Annick Cojean. O livro conta os bastidores e o dia a dia de Kadafi ( Ex ditador da Líbia que foi morto em 2011 na grande revolução do País).
Começa narrando a história de Soraya , a menina que virou escrava sexual de Kadafi ao completar 15 anos e permaneceu desta maneira até 22 anos quando ocorreu a revolução em 2011.Porém a vida dela ficaria marcada para sempre por questões de honra de família, cultura e etc. Ela jamais teve paz e a estrutura familiar ruiu. Hoje , nem a sua mãe fala com ela e seu pai guarda lembranças dolorosas do ocorrido com a filha. Mas Soraya teve culpa? Ao lermos o livro fica em mim um intenso sentimento de impotência e tristeza. O que a menina poderia ter feito diante do poderio de Muamar Kadafi? Como a família dela, os pais, poderiam defendê-la? Soraya foi a vítima, assim como inúmeras mulheres e meninas com idades de 10, 12 anos como é relatado no livro que perderam suas vidas para sempre por causa das atitudes de um homem.
Soraya começa contando sua
história desde a infância, conta um pouco da adolescência, da escola e da
admiração pelo pai. Conta a experiência com Kadafi que a estuprava a
qualquer hora do dia ou da madrugada e
de como conheceu o amor, as mudanças para tentar sobreviver , sua fuga para
Paris, a volta frustrada para Líbia até a revolução onde enfim ocorreu a queda
do ditador. Soraya for forçada a fumar e cheirar drogas, beber bebidas
alcoólicas, não conseguia e nem podia mais observar o ramadã, ler o alcorão,
não tinha vida, nem paz, pois estava sempre ao dispor do ‘Guia’. Virou
dependente das drogas: Bebidas e cigarros.
Hoje, soraya vive sendo
ameaçada de Morte, sem futuro, sem perspectiva, sem estudos, sem saber que rumo
seguir na vida.
O livro também conta a
histórias de outras mulheres que tiveram a coragem de contar (ocultando os
verdadeiros nomes) um pouco do que viveram com kadafi.
É uma historias triste, mas
que fez parte do país e até do mundo e que ocorria á décadas e ninguém podia
defender aquelas meninas. Ainda bem que tudo acaba um dia e o ditador colheu o
que plantou.
O livro trás inúmeras histórias
incríveis até mesmo com pessoas famosas, nomes famosos, as atitudes do
presidente quando ele estava só, quando estava com as meninas, suas atitudes
desmoralizantes que eu fiquei perplexa...
Tem muitos relatos e
descobertas que foram feitas depois da morte do ditador, muita coisa mesmo!
- Fragmentos pag. 12:
Soraya:
''Nasci
em Marag, povoado da região de Jebel Akhdar, a montanha Verde, não
muito
distante da fronteira com o Egito. Era 17 de fevereiro de 1989. Sim, 17 de
fevereiro!
Para os líbios, é impossível ignorar essa data: foi o dia em que eclodiu a
revolução que tirou Kadafi do poder, em 2011''
- Fragmentos pag. 15
''Na
escola, em contrapartida, era uma adoração. Sua imagem era onipresente;
cantávamos
o hino nacional todas as manhãs diante de um imenso pôster de
Kadafi
ao lado da bandeira; diziam todos, entusiasmados: “Tu és nosso Guia,
marchamos
atrás de ti, blá-blá-blá”; e, fosse na sala de aula ou no intervalo, os
alunos
se gabavam de “meu primo Muamar”, “meu não-sei-o-quê Muamar”,
enquanto
os professores falavam dele como um semideus. Não, como um deus. Ele
era
bom, zelava pelas crianças, tinha todos os poderes. Devíamos todos chamá-lo
de “papai Muamar”. Sua estatura nos parecia gigantesca.''
- Fragmentos pag 18 e 19
''Em
uma manhã de abril de 2004 – eu acabara de completar quinze anos –, o
diretor
do colégio se dirigiu a todos os alunos, reunidos no pátio: “O Guia vai nos
dar a
grande honra de sua visita amanhã... e um professor veio me chamar, dizendo que
eu havia sido escolhida para
entregar flores e presentes ao Guia.''
''Foi
tudo muito rápido. Estendi o buquê, tomei sua mão livre nas minhas e a beijei,
me
curvando.
Então senti que ele comprimia estranhamente minha palma. Depois me
mediu
de cima a baixo, me lançando um olhar frio. Apertou levemente meu ombro
e
pousou a mão sobre minha cabeça, acariciando-me os cabelos. E minha vida
terminava
aí. Pois esse gesto, como vim a saber mais tarde, era um sinal a suas
guarda-costas que significava: “Esta aqui, eu a quero''
- Fragmento pag. 25
Obs: Salma, Fathia e Mabruka eram Mulheres Guardas de Kadafi
''Salma
se aproximou de mim.
– Vou
lhe explicar tudo muito claramente: Muamar vai se deitar com você. Vai
abrir
você. E você vai passar a ser uma coisa dele e não o deixará mais. Por isso,
deixe
de ser teimosa. A resistência e os caprichos não funcionam com a gente!
Fathia,
a imponente, chegou, ligou a tevê e aconselhou:
– O
negócio é deixar, vai ser mais fácil. Se você aceitar, tudo vai funcionar bem
para
você. O negócio é simplesmente obedecer, sem questionar.
Eu
chorei e fiquei ali, prostrada. Então eu era uma prisioneira. O que eu tinha
feito
de errado?
Por
volta de uma da tarde, Fathia veio me arrumar com um vestido azul de
cetim,
muito curto. Na verdade, ele mais despia que vestia. No banheiro, ela
molhou
meus cabelos e passou musse. Mabruka deu uma olhada no meu visual, me
tomou
pela mão e me levou novamente ao quarto de Kadafi.
–
Dessa vez, você vai satisfazer os desejos do seu mestre, ou eu te mato!
Ela
abriu a porta e me empurrou para dentro. O Guia estava lá, sentado na
cama,
de calça esportiva e camiseta. Fumava um cigarro e soprava lentamente a
fumaça,
me olhando com frieza.
–
Você é uma puta – disse ele. – Sua mãe é tunisiana, e por isso você é uma
puta.
Ele
não tinha pressa, olhava-me demoradamente da cabeça aos pés e dos pés
à cabeça, lançando a fumaça em minha direção...''
Sinopse:
Um relato chocante do reino
de terror de Muamar Kadafi e uma análise sensível do destino das mulheres
vítimas desse sistema. Soraya tinha apenas quinze anos quando Muamar Kadafi foi
visitar a escola onde ela estudava. No momento em que ela lhe estendeu um buquê
de flores, ele colocou a mão na cabeça da menina e acariciou seus cabelos. Era
o gesto secreto que sinalizava a suas guarda-costas que ele a havia escolhido.
Soraya foi raptada e viu sua infância chegar ao fim. Durante sete anos, foi estuprada, espancada, forçada a consumir álcool e cocaína e depois integrada às tropas das “amazonas” de Kadafi. Neste livro, a conceituada jornalista Annick Cojean dá voz a Soraya, desvelando um aspecto pouco conhecido da ditadura de Kadafi – o abuso de drogas que estimulava a megalomania sangrenta do ditador e o cruel abuso sexual de jovens líbias, escolhidas entre aquelas que lhe chamassem atenção. Inúmeras mulheres tiveram o mesmo destino de Soraya, centenas provavelmente. Talvez nunca se saiba ao certo, pois o assunto ainda é tabu na Líbia.
Annick Cojean arriscou sua vida ao ir a Trípoli investigar essa história. Ali, encontrou uma sociedade hipócrita e decadente, dilacerada pela prostituição, pela corrupção, pelo terror, por estupros e assassinatos. Em O harém de Kadafi, Annick Cojean possibilita que as vítimas do ditador líbio contem sua história para o mundo, devolvendo um pouco de dignidade a mulheres cuja vida foi destruída por um monstro.
Soraya foi raptada e viu sua infância chegar ao fim. Durante sete anos, foi estuprada, espancada, forçada a consumir álcool e cocaína e depois integrada às tropas das “amazonas” de Kadafi. Neste livro, a conceituada jornalista Annick Cojean dá voz a Soraya, desvelando um aspecto pouco conhecido da ditadura de Kadafi – o abuso de drogas que estimulava a megalomania sangrenta do ditador e o cruel abuso sexual de jovens líbias, escolhidas entre aquelas que lhe chamassem atenção. Inúmeras mulheres tiveram o mesmo destino de Soraya, centenas provavelmente. Talvez nunca se saiba ao certo, pois o assunto ainda é tabu na Líbia.
Annick Cojean arriscou sua vida ao ir a Trípoli investigar essa história. Ali, encontrou uma sociedade hipócrita e decadente, dilacerada pela prostituição, pela corrupção, pelo terror, por estupros e assassinatos. Em O harém de Kadafi, Annick Cojean possibilita que as vítimas do ditador líbio contem sua história para o mundo, devolvendo um pouco de dignidade a mulheres cuja vida foi destruída por um monstro.
Minha Opinião:
O livro é exemplar. Achei que
a jornalista foi muito corajosa por correr atrás de tanta coisa comprometedora
em um país como a Líbia que ainda permanecia com muitos admiradores de Kadafi.
Cada pessoa que ela encontrou, cada depoimento ( foram muitos) fez com que o
livro ficasse super rico de informações e, na minha opinião, ficou BOMBÁSTICO! Indico a leitura. A linguagem
é simples e o enredo do livro prende qualquer leitor.
Nota de 0 a 10 : 9,9
Titulo: O Harem de Kadafi
Ano: 2012
Editora: Verus
Isbn: 9788576862017
Paginas: Veja também:
- Na Pele de Uma Jihadista
- O Quarto de Jack
- Querida Sue
- Não Conte Nada para Mamãe
- Uma Burca por Amor
- Para poder viver
- Sobrevivi Para Contar
- A Encomenda
- As Flores do Ruanda
- A Filha da Herege
